Depressão infantil - PAIS E FILHOS
Fonte: revista vida e saúde - agosto 2012 - p.24
Criança também tem depressão e angústia. Depressão é diferente de angústia. Esta pode ser sinônimo de ansiedade, uma inquietude, uma sensação de vazio mesmo quando as coisas ao redor estão bem. É uma agitação mental, uma falta de serenidade.
A depressão é a perda do ânimo, uma tristeza profunda que não passa, apatia, pensamentos predominantemente pessimistas, desesperança, perda do prazer nas coisas que antes davam prazer, ideias de morte, isolamento das pessoas, tudo isso persistindo mais do que duas semanas. As crianças não têm ansiedade e depressão como os adultos. A depressão infantil atinge cerca de 1% de pré-escolares; quase 2% das crianças que já estão na escola e cerca de 5% de adolescentes. Estudos dizem que, nos adolescentes, esse índice pode se aproximar dos 9%.as causas da depressão na criança estão relacionadas ao abuso moral, brigas constantes dos pais, separação dos pais, atividades com cobranças excessivas, expectativas altas demais em relação ao desempenho da criança em que ela se sente na obrigação de cumprir tudo, mas sem sucesso. Isso gera um sentimento de incapacidade e culpa, culminando com a depressão.
Há, também, o fator hereditário. Nesse caso, se um dos pais ou outro parente próximo também teve esse problema, a criança pode ter probabilidade maior de sofrer de depressão.
Os sintomas mais frequentes são: fadiga com diminuição de atividade, insônia, choro, diminuição da concentração, raciocínio lento, irritabilidade, rebeldia, tiques, medos, desesperança, isolamento, perda do interesse nos amigos, queda do apetite, ideias e tentativas de suicídio, tristeza; podendo ou não estar presente: fobia escolar, enurese noturna (urinar na cama quando já conseguia controlar).
Fisicamente, pode haver queixas gerais como dor de cabeça, dor nas pernas, dos nas costas, náusea, cólica intestinal e tontura.o tratamento envolve: (1) a aceitação dos pais quanto à doença da criança. Em geral, há uma negação por parte deles. Os pais, muitas vezes, acham que a criança quer chamar a atenção ou está com preguiça; às vezes, eles se sentem constrangidos ao ter que admitir que a criança precisa de tratamento psicológico e psiquiátrico; (2) terapia familiar a fim de que os membros da família recebam orientações, esclarecimentos e obtenham melhoras nos conflitos; (3) possível medicação antidepressiva; (4) orientação educacional; (5) dieta mais natural, eliminando as fontes de cafeína, chocolate, açúcar refinado, doces, achocolatados; dando alimentos integrais, frutas, legumes, verduras, leite de soja e outros; (6) exposição da criança ao sol por, pelo menos 20 minutos antes das 9 da manhã e depois das 4 da tarde (ajuda a liberar serotonina); (7) estimular e conduzir a criança para ficar ao ar livre junto à natureza o máximo possível ao invés de fechada entre quatro paredes.
A criança ou o adolescente deprimido necessita ser avaliado por psiquiatra que atende essa faixa etária para orientar o tratamento que, dependendo do nível depressivo, pode conter medicamentos ou não.
Pode ser necessário encaminhar para terapia com psicólogo, caso o psiquiatra só faça o tratamento medicamentoso e não o psicoterápico.na maioria das vezes, o apoio familiar e o tratamento psicoterápico bastam para resolver a depressão da criança. Em alguns casos pode ser necessário usar algum medicamento, mas só a partir dos seis anos de idade.
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